POLÍTICOS RIVAIS NO NE SE UNEM PARA 2018.



O senador Renan Calheiros, na foto em viagem com Lula; alagoano se aproxima de Teotônio Vilela (PSDB).


JOÃO PEDRO PITOMBO
DE SALVADOR


Marlene Bergamo/Folhapress



Faltando pouco menos de um ano para as eleições estaduais, adversários começam a negociar possíveis alianças para 2018 em pelo menos quatro Estados do Nordeste.
Resultado de um cenário político de incertezas, as movimentações resultariam em acordos do tipo “ganha-ganha” entre os adversários.
Rompidos desde as eleições de 2014 no Ceará, o senador Eunício Oliveira (PMDB) e irmãos Ciro e Cid Gomes (PDT) ensaiam uma reaproximação.
O movimento é estimulado pelo governador cearense Camilo Santana (PT), que já desenha uma chapa na qual ele disputa a reeleição com Cid e Eunício disputando do Senado.
Caso a aliança se concretize, Camilo tiraria Eunício da disputa pelo governo. Ambos concorreram no segundo turno em 2014, numa campanha agressiva marcada pela troca de ofensas e acusações.
Eunício, por outro lado, teria um caminho mais tranquilo para garantir a reeleição no Senado. Um novo mandato garantiria foro privilegiado ao peemedebista, investigado na Operação Lava Jato.
INIMIGO DO INIMIGO
Em Pernambuco, o PSB do governador Paulo Câmara ensaia uma aproximação com o PT na linha “inimigo do meu inimigo é meu amigo”.
Os dois partidos fazem oposição ao governo Temer, posicionamento que acirrou-se entre os socialistas a ida do senador pernambucano Fernando Bezerra Coelho do PSB para o PMDB.
Em Alagoas, políticos locais relatam um a possível reaproximação entre o senador Renan Calheiros (PMDB) e o ex-governador Teotônio Vilela Filho (PSDB) –ambos investigados na Lava Jato.
Uma nova aliança entre ambos seria um revés para o grupo do prefeito de Maceió Rui Palmeira (PSDB), considerado o adversário mais forte para enfrentar o governador Renan Filho (PMDB).
No Piauí, o governador Wellington Dias (PT) e o prefeito de Teresina, Firmino Filho (PSDB), ensaiam uma improvável aproximação.
Potencial adversário de Dias, Firmino descarta disputar o governo e focará nas pretensões políticas de sua mulher Lucy Silveira. Ela trocou o PSDB pelo PP, partido da base do governador petista, e pode ser candidata a deputada ou até a vice-governadora.
A proximidade entre Wellington Dias e Firmino Filho é notória. Em maio deste ano, o tucano participou do congresso estadual do PT.