PAPA FRANCISCO CANONIZA MÁRTIRES BRASILEIROS.





Missa de canonização dos mártires brasileiros, mexicanos, um sacerdote espanhol e um frade italiano na Praça de São Pedro / Foto: Reprodução CTV.
 
Em cerimônia presidida pelo Papa Francisco neste domingo, 15, na Praça de São Pedro, 35 novos santos foram canonizados, dentre eles 30 brasileiros: os mártires de Cunhaú e Uruaçu, Padres André de Soveral e Ambrósio Francisco Ferro e Mateus Moreira e outros 27 companheiros.
Além dos mártires brasileiros, o Papa Francisco também canonizou três Protomártires do México — considerados os primeiros mártires do continente americano: Cristóvão, Antônio e João, mortos por ódio à fé, em 1527 e 1529. Também foram canonizados o sacerdote espanhol Faustino Míguez, fundador do Instituto Calasanzio, Filhas da Divina Pastora, e o Frade Menor Capuchinho italiano Angelo d’Acri.
O Prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, Cardeal Angelo Amato, acompanhado pelos Postuladores das Causas, dirigiu-se até o Santo Padre pedindo para que se procedesse à canonização dos Beatos, com a leitura de seus nomes. Também foi lida a biografia dos novos santos e, por fim, o Santo Padre leu a fórmula de canonização. 
 Para Francisco durante homilia na Missa de canonização dos mártires brasileiros / Foto: Reprodução CTV.

Concluído o rito de canonização, começou a Santa Missa. Em sua homilia dominical, o Papa Francisco se inspirou no Evangelho de Mateus proposto pela Liturgia do dia. Francisco recordou que “o Reino de Deus é comparável a uma Festa de Núpcias”. O Santo Padre destacou que o homem é convidado para estas núpcias, mas se trata de um convite que pode ser recusado. Neste sentido, o homem é chamado a renovar a cada dia a opção de Deus, vivendo segundo o amor verdadeiro, superando a resignação e os caprichos de próprio eu. 
O Santo Padre ressaltou que as núpcias inauguram uma comunhão total de vida, que é o que Deus deseja ter com cada um, uma relação feita de diálogo, confiança e amor. 
“Esta é a vida cristã, uma história de amor com Deus, na qual quem toma gratuitamente a iniciativa é o Senhor e nenhum de nós pode gloriar-se de ter a exclusividade do convite: ninguém é privilegiado relativamente aos outros, mas cada um é privilegiado diante de Deus. Deste amor gratuito, terno e privilegiado, nasce e renasce incessantemente a vida cristã”.
O Papa destacou ainda um importante aspecto do Evangelho do dia: as “vestes dos convidados”. Ele explicou que não basta responder ao convite de Deus, mas vestir o hábito do amor vivido a cada dia, praticando a vontade de Deus, renovando a cada dia a opção de Deus. Nesse sentido, Francisco evocou o exemplo dos santos canonizados hoje. 

“Os Santos canonizados hoje, sobretudo os numerosos mártires, indicam-nos esta estrada. Eles não disseram sim ao amor com palavras e por um certo tempo, mas com a vida e até ao fim. O seu hábito diário foi o amor de Jesus, aquele amor louco que nos amou até ao fim, que deixou o seu perdão e as suas vestes a quem O crucificava. Também nós recebemos no Batismo a veste branca, o vestido nupcial para Deus”. 
Painel na Praça São Pedro mostra os mártires brasileiros, novos santos / Foto: Reprodução CTV