Foto: Marjan_Apostolovic
As expressões “estou triste” ou “estou deprimido” parecem tão comuns em
nossos dias, mas pouco paramos para pensar sobre o que nos leva a esses
“estados de tristeza”. Mais ainda: algumas pessoas pensam tanto nela, que
alimentam, eternamente, um sentimento que,
usualmente, representaria e expressaria apenas uma fase passageira de sua vida.
Situações difíceis e estressantes exigem de nós uma capacidade de adaptação
que nos permite voltar a alcançar um estado emocional normal. Pensar naquilo
que é positivo é uma forma de superar os momentos de tristeza sem os negar, mas
também sem valorizar fortemente tal situação. Buscar atividades sociais,
esportivas e de lazer também são formas externas de lidar com esse sentimento.
Estar triste e sentir tristeza são condições psicológicas que fazem parte da
vida humana, e não há por que temer vivenciar tal estado. Sentir dor pela
perda, viver o luto, terminar um namoro, ter
frustrações nas amizades e experimentar que a vida não é feita só de alegrias,
é o conjunto dinâmico e equilibrado da vida. Porém, muitas vezes, desenvolvemos
respostas emocionais negativas e, a partir delas, tudo se torna uma tristeza
constante; ou mesmo criamos nossos filhos deixando-os “protegidos” de qualquer
ameaça.
Nem toda melancolia é depressão
Depressão é
muito mais do que uma tristeza, mas esta, se for cultivada e excessivamente
valorizada, pode se tornar uma doença. Ficar triste faz parte da vida, não
precisa de tratamento e nos permite experimentar o lado bom e o ruim da vida.
Muitas pessoas evitam, a todo custo, o sofrimento ou mesmo evitam que as
pessoas ao seu redor sofram. Com isso, apenas alimentam uma vida de conto de
fadas. O tempo da tristeza é relativo e está bastante relacionado ao tipo de
situação que vivemos.
Por outro lado, pense no seguinte: nosso tempo nos coloca um ritmo para que
vivamos os processos da vida sem dor, sem sofrimento e com muita rapidez.
Não admitir a amargura é um mecanismo de defesa, algo que nos protege, que faz
com que evitemos as situações.
Leia mais:
.: Como superar as tristezas
.: Tristeza materna: o que significa e quais são os sintomas?
.: Você é uma pessoa que vive constantemente alegre ou triste?
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O que a tristeza tem para nos ensinar? Nem toda melancolia é depressão, nem
tudo é curado com remédios. Encarar as situações negativas com serenidade,
observando os fatos e as consequências é muito importante. Quando admitimos que
somos parte de um problema, podemos rever nossas atitudes e crescer. Ao fazer o
papel de vítima – que
pode ser mais confortável e bastante cômodo – não assumimos nossas culpas e
“terceirizamos” nossos problemas. Sempre haverá um culpado, uma situação
difícil ou coisa assim. Mas vale lembrar também o quanto algumas pessoas têm
uma visão extremamente negativa de si, sem perceber nada de positivo no que
fazem, olhando o mundo por um olhar altamente crítico, negativo; apenas
valorizando as desolações.
A satisfação é feita de frustrações, de perdas e
dores. Evitar o sofrimento é como “negar” uma parte importante da vida e
experimentar apenas o imediato, a necessidade urgente de estar melhor, as
alegrias de um mundo que cultiva o imediatismo e o prazer de uma vida fácil.
Nessa reflexão, faço a você um novo convite: que possamos dar um significado às
tristezas da vida sem fugir delas, mas saindo fortalecidos desta batalha,
superando as dificuldades do momento, valorizando as experiências e retomando o
ciclo normal de nossa vida. Não há solução fácil, mágica ou imediata, mas é
algo possível a partir da nossa iniciativa e nosso empenho, com uma forma
diferente de encarar a vida.
Elaine Ribeiro dos Santos
Elaine Ribeiro, Psicóloga Clínica e Organizacional, colaboradora da Comunidade Canção Nova.Blog: temasempsicologia.wordpress.com
Facebook: elaine.ribeiropsicologia Twitter: @elaineribeirosp